Atuação da Psicologia no transtorno Bipolar






A dificuldade em se chegar a um diagnóstico e os sintomas mais brandos de alguns dos tipos de bipolaridade acabam fazendo com que boa parte das pessoas que sofrem com o problema resistam a procurar tratamento.

Isso ainda é agravado pelo fato de que as pessoas que sofrem com transtorno bipolar, boa parte das vezes, não veem problemas em seus comportamentos inadequados, reforçando a ideia de que elas não há algo a ser tratado.

Isso é extremamente perigoso, pois os sintomas da bipolaridade são bastante imprevisíveis e podem causar sérios danos à vida do indivíduo, podendo, inclusive, levar ao suicídio nos períodos depressivos e a comportamentos perigosos nos períodos de mania.

Por isso, é preciso que os familiares procurem fazer os indivíduos que sofrem com a bipolaridade enxergarem que sim, que há algo de errado com eles e que o tratamento é necessário.

Atualmente, psiquiatras e psicólogos que são referência no assunto não vacilam ao assumir que a abordagem não farmacológica é fundamental para o enfrentamento da doença. O tratamento é feito, hoje, a partir de três estratégias fundamentais. Medicamentoso, o que se chama de estabilizadores de humor; psicoterapia, para aprender a identificar o que mais desregula e afeta e suporte familiar. Nesses episódios de crise maníaca ou depressiva, a sociabilidade da pessoa que tem transtorno bipolar fica prejudicada podendo gerar comportamento agressivo e isolamento. A psicoterapia, através da psico educação e do autoconhecimento, identificar aquilo que desregula e ajuda a produzir mudanças de atitudes

Já temos estudos científicos que comprovam que a psicoterapia é determinante na adesão do paciente ao tratamento farmacológico, na redução dos sintomas residuais e até na prevenção de recorrências. A psicoeducação, a terapia cognitivo-comportamental e a terapia interpessoal e familiar são ferramentas adjuvantes, que maximizam as chances de o paciente retomar a vida

O transtorno está relacionado a fatores bioquímicos, genéticos e ambientais. O primeiro surto geralmente é deflagrado por um fato marcante na vida da vítima. À medida que vão ocorrendo, as crises ficam mais intensas e passam a ser provocadas por acontecimentos corriqueiros. A medicação estabiliza o indivíduo organicamente, minimizando as variações de humor.

A psicoterapia reduz as consequências emocionais dessas variações. A psicoeducação, por exemplo, visa fornecer aos doentes e aos familiares informações sobre a natureza e o tratamento da bipolaridade. O paciente passa a ter habilidade no reconhecimento de situações que possam desencadear crises

A psicoeducação pode ser vista como o estabelecimento de um fluxo de informações de terapeuta para paciente e vice-versa. Como qualquer intervenção terapêutica, ela é baseada no bom senso. Seu objetivo é prover os pacientes bipolares com uma abordagem teórico-prática que lhes possibilite o entendimento do seu transtorno. Ela é parte fundamental de praticamente todos os protocolos para tratamento do transtorno bipolar na modalidade de Terapia Cognitivo- Comportamental. Seu papel educativo aparece desde o início até o final do tratamento, sendo que a tarefa do terapeuta é educar e familiarizar o paciente em relação aos seus problemas e a sua patologia, esclarecendo-o acerca das implicações e consequências do diagnóstico estabelecido.

A psicoeducação vai mais além. O objetivo primeiro é fazer do paciente um colaborador ativo, aliado dos profissionais de saúde envolvidos e, consequentemente , tornar o procedimento terapêutico mais efetivo. Para tanto, é fundamental que o paciente seja informado quanto ao modelo de tratamento ao qual será submetido.

Tal modalidade de tratamento caracteriza-se por ser limitada no tempo, estruturada, diretiva, focada no presente e na busca de resolução de problemas. Ademais, é uma abordagem baseada em métodos experimentais e científicos, partindo do pressuposto de que as cognições gerenciam as emoções e os comportamentos. Educar o paciente por diversos meios, tais como, esclarecimentos , folders elucidativos, livros acessíveis a leigos, filmes, entre outros, torna-se fundamental, pois é através destas informações que o paciente aprende sobre o funcionamento de sua patologia, conseguindo assim, identificar comportamentos e pensamentos distorcidos/ disfuncionais e que acabam gerando aflição e sofrimento. A psicoeducação permite que o paciente seja capaz de compreender as diferenças entre as suas características pessoais e as características do transtorno psicológico que precisa enfrentar, pois o mesmo passa a conhecer detalhadamente as conse-qüências e os fatores desencadeantes e mantenedores dos problemas ou patologia que apresenta.

A doença não tem cura, mas o tratamento pode ajudar a pessoa com transtorno bipolar a manter sua qualidade de vida.O transtorno bipolar é considerado um fator de risco para o comportamento suicídio, por isso, o tratamento deve ser constante para prevenção da oscilação e evitar a crise.  O tratamento deve ser seguido a risca para prevenir oscilação e crise, ou seja, a pessoa estável não pode parar de tomar a medicação, além de ter o suporte familiar.

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