O conceito Maitland surgiu na década de 60, na Austrália (país com grande tradição na formação de fisioterapeutas manipulativos), sendo idealizado pelo Fisioterapeuta Geoff Maitland. Atualmente, consiste em um método padrão e imprescindível na vida profissional de fisioterapeutas que trabalham com terapia manual. Este conceito baseia-se em dados clínicos colhidos através de uma anamnese minuciosa, o exame físico (movimentos ativos, passivos e acessórios), sinais e sintomas, assim como os efeitos das técnicas sobre estes sinais e sintomas, que em conjunto levam o fisioterapeuta a um provável diagnóstico e conseqüentemente a uma melhor escolha das técnicas de tratamento, a fim de uma melhor evolução e resolução do problema.
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O exame físico baseia-se exclusivamente na avaliação dos movimentos ativos, seguido dos movimentos passivos e acessórios nas articulações relacionadas à desordem do paciente ou articulações, as quais podem levar a dores referidas nestes locais.
As lesões ou patologias podem levar a uma perda desses movimentos fisiológicos e acessórios e os mesmos podem ser reestabelecidos através de técnicas osteocinemáticas (fisiológicas) e artrocinemáticas (acessórias), restaurando a função normal de cada articulação.
Devemos ter em mente que nem sempre a articulação dolorida é reponsável diretamente pelo problema, muitas vezes uma articulação não dolorosa, mas apenas hipomóvel pode ser responsável por tal fato. O fisioterapeuta manipulativo deve também saber que um movimento acessório pode reestabelecer um movimento fisiológico, sendo a recíproca também verdadeira, por isso, no campo da terapia manual apenas a mente aberta e privilegiada se destaca.
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A contribuição de Geoffrey Maitland, na Terapia Manual, foi classificar os graus de mobilização articular, para que tivessem maior aplicabilidade clínica.
- Grau I: mobilização de pequena amplitude que não chega à barreira restritiva;
- Grau II: mobilização de grande amplitude que não chega à barreira restritiva;
- Grau III: mobilização de grande amplitude que chega à barreira restritiva;
- Grau IV: mobilização de pequena amplitude que chega à barreira restritiva;
- Grau V: mobilização de pequena amplitude feita em alta velocidade após a barreira restritiva, conhecida como manipulação.
Os graus I e II são utilizados em quadros álgicos, enquanto os graus III e IV são utilizados quando a restrição de movimento é o principal fator relacionado ao sintoma. O Conceito Maitland preconiza 2 formas de aplicação das técnicas passivas articulares: sustentadas ou oscilatórias, que podem ser utilizadas através de movimentos passivos fisiológicos e acessórios. A aplicação das mobilizações articulares passivas proporciona ao tecido conjuntivo uma resposta mecânica.
Tecidos conjuntivos tais como pele, fáscias, ligamentos, tendões, cápsulas articulares e fáscias musculares são compostos por tecidos extracelulares e celulares distintos, com diferentes curvas de tensão e carga (Lederman 2001). A primeira tarefa do fisioterapeuta - investigador, segundo o Conceito Maitland, é utilizar o raciocínio clínico para identificar qual (ais) tecidos estão comprometidos, e a partir dessa decisão, a aplicação da carga: local, duração e amplitude são escolhidas.
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