Enfermagem e a relação com pais das crianças pacientes







A enfermagem pediátrica, hoje particularmente sensível ao envolvimento dos pais na prática de cuidados à criança, coloca a sua tónica no desenvolvimento do processo de parceria com os mesmos, a qual requer uma interação integral com a família de forma a proporcionar as condições favorecedoras de um desenvolvimento global da criança. O modelo conceptual subjacente à prática da enfermagem pediátrica está centrado nas respostas às necessidades da criança enquanto membro efetivo do sistema familiar. Este fato é reforçado no guia orientador de boa prática de Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica, ao aludir a determinados valores, como reconhecimento da criança como ser vulnerável, valorização dos pais/pessoa significativa como os principais prestadores de cuidados, preservação da segurança e bem-estar da criança e família e maximização do potencial de crescimento e desenvolvimento da criança.

Quando a criança é hospitalizada, a família é "hospitalizada" também, por isso o beneficiário dos cuidados é o binómio criança/família. A Ordem dos Enfermeiros considera a competência para avaliar a família e responder às suas necessidades, nomeadamente no âmbito da adaptação às mudanças na saúde e dinâmica familiar, um imperativo, sendo transversal a todos os enfermeiros especialistas.


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No contexto pediátrico, isto é, quando se pensa nos cuidados à criança, a família surge sempre como uma referência sendo o seu enquadramento hoje assumido como fator que viabiliza o cuidado humanizado. A criança, não sendo um elemento independente, quer pela sua condição humana e também pelas suas características incontornáveis é um ser vulnerável e caminha a par e passo com a sua família a quem cabe a responsabilidade primeira de promover o seu pleno desenvolvimento. As crianças necessitam de alguém que fale por elas e as represente e na realidade portuguesa, perante a hospitalização da criança, é à mãe que cabe, regra geral, o acompanhamento do filho no hospital. Questões culturais associam esta tendência ao cuidador do sexo feminino como sendo a figura principal de eleição para permanecer junto dos filhos, tanto mais quando é à mulher que cabe, na perspetiva de Relvas, o papel de cuidar da criança.

Enfermeiros, pais e crianças passam a conviver no mesmo espaço, a partilhar experiências, valores, saberes e poderes o que conduz a uma alteração na forma de ser e de estar, tanto dos profissionais como dos pais já que a estes é requerida uma participação ativa nos cuidados à criança. A natureza da relação que se estabelece no seio da equipa implica a negociação do envolvimento dos pais e a clarificação do papel de cada interveniente no processo, dimensões essenciais para o novo modo de pensar e organizar o trabalho em parceria.


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