Técnicas de Audiologia Clínica para Diagnóstico de Distúrbios Auditivos





 

A audiologia clínica é uma área fundamental dentro da fonoaudiologia, sendo responsável por avaliar e diagnosticar distúrbios auditivos em indivíduos de todas as idades. Os distúrbios auditivos podem afetar significativamente a qualidade de vida, impactando a comunicação e o desenvolvimento da fala e linguagem, além de trazer consequências emocionais e sociais. Por isso, o diagnóstico precoce e preciso é essencial para o tratamento e reabilitação auditiva eficaz.

Neste artigo, vamos explorar as técnicas mais utilizadas na audiologia clínica para o diagnóstico de distúrbios auditivos, explicando cada uma delas de forma prática e objetiva, com o objetivo de fornecer um guia completo para profissionais da área e estudantes de audiologia.

1. Importância do Diagnóstico Precoce na Audiologia

A detecção precoce de problemas auditivos é fundamental, pois permite uma intervenção imediata, minimizando impactos no desenvolvimento da comunicação. Em crianças, especialmente, o diagnóstico precoce pode ser crucial para o desenvolvimento da fala, linguagem e habilidades sociais. Em adultos, a detecção precoce de distúrbios auditivos pode prevenir complicações em diversas áreas da vida cotidiana, como no trabalho, na educação e no relacionamento social.

Dessa forma, o audiologista clínico deve utilizar as ferramentas e técnicas mais precisas para identificar e diagnosticar os distúrbios auditivos. Algumas dessas ferramentas são usadas tanto para adultos quanto para crianças e incluem uma série de exames objetivos e subjetivos.

2. Técnicas Subjetivas: Como Ouvimos e Percebemos os Sons

As técnicas subjetivas envolvem o uso de testes em que o paciente deve relatar o que está ouvindo. Embora dependam da colaboração do paciente, esses exames são cruciais para fornecer informações sobre o tipo e a gravidade da perda auditiva.

a) Audiometria Tonal Liminar

A audiometria tonal liminar é um dos testes mais comuns na avaliação auditiva. Esse exame mede a menor intensidade de som que o paciente consegue perceber em diferentes frequências (tons). A partir desse teste, o audiologista pode determinar se o paciente tem perda auditiva e em qual frequência a perda ocorre.

Como é realizado:

  • O paciente é colocado em uma cabine acústica e usa fones de ouvido.
  • O audiologista emite sons em diferentes frequências e intensidades.
  • O paciente deve sinalizar quando ouvir o som, e o audiologista ajusta a intensidade até encontrar o limiar auditivo.

b) Audiometria de Fala

A audiometria de fala avalia a capacidade do paciente de entender a fala, geralmente em um ambiente mais natural do que a audiometria tonal. O paciente ouve palavras ou frases em diferentes intensidades e deve repeti-las.

Como é realizado:

  • O paciente ouve palavras ou frases pronunciadas em níveis de intensidade variados.
  • O objetivo é verificar a percepção da fala em diferentes intensidades.
  • Esse teste é importante para avaliar a perda auditiva funcional do paciente, que é a dificuldade de entender a fala.

3. Técnicas Objetivas: Testes Que Não Dependem da Colaboração do Paciente

Já as técnicas objetivas não dependem da cooperação do paciente, o que as torna especialmente úteis em crianças pequenas ou pacientes com dificuldades cognitivas. Esses exames ajudam a obter informações sobre a função auditiva sem a necessidade de respostas verbais.

a) Imunização Acústica (Reflexo Acústico)

O reflexo acústico mede a contração do músculo estapediano (músculo do ouvido médio) quando o paciente é exposto a sons de alta intensidade. Este teste é fundamental para a avaliação do ouvido médio e ajuda a identificar problemas nas estruturas do ouvido.

Como é realizado:

  • Um som de alta intensidade é emitido no ouvido do paciente.
  • A resposta reflexa do músculo estapediano é registrada, e a ausência ou alteração desse reflexo pode indicar problemas no ouvido médio.

b) Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE)

Os Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE) são exames que medem a atividade elétrica do cérebro em resposta a estímulos sonoros. Esse teste é fundamental para avaliar o sistema auditivo central, principalmente em recém-nascidos, crianças pequenas ou pacientes com dificuldade de colaboração.

Como é realizado:

  • Eletrodos são colocados no couro cabeludo do paciente para registrar a atividade elétrica do cérebro.
  • O paciente ouve uma série de sons e a atividade elétrica do tronco encefálico é registrada.
  • A resposta do sistema auditivo é analisada para identificar alterações no processamento do som.

c) Otoemissões Acústicas (OEA)

O exame de otoemissões acústicas é usado para avaliar a função da cóclea, a parte do ouvido responsável pela percepção do som. Esse exame é amplamente utilizado em recém-nascidos, já que não depende da colaboração do paciente.

Como é realizado:

  • Um pequeno dispositivo é colocado no ouvido do paciente, que emite sons de alta frequência.
  • O dispositivo mede a resposta gerada pelas células ciliadas da cóclea em resposta a esses sons.
  • A ausência de otoemissões pode indicar problemas na cóclea, como perda auditiva neurossensorial.

4. Testes de Avaliação do Equilíbrio: Quando o Sistema Auditivo Afeta o Equilíbrio

Em alguns casos, distúrbios auditivos podem afetar o equilíbrio, especialmente em condições que afetam o ouvido interno. A avaliação do equilíbrio é importante para diagnosticar distúrbios auditivos com impacto na coordenação e no equilíbrio corporal.

a) Videonistagmografia (VNG)

A Videonistagmografia é um exame que avalia os movimentos oculares do paciente em resposta a estímulos auditivos e vestibulares. Esse exame é fundamental para diagnosticar distúrbios do equilíbrio, como os causados por doenças do ouvido interno, como a labirintite.

Como é realizado:

  • O paciente é colocado em uma cadeira rotatória e são emitidos estímulos visuais e auditivos.
  • Os movimentos dos olhos são registrados, e o exame pode indicar a presença de disfunções no sistema vestibular.

5. Conclusão: O Diagnóstico Preciso Como Passo Fundamental para o Tratamento

O diagnóstico precoce e preciso dos distúrbios auditivos é essencial para a reabilitação e o tratamento adequado. Com o uso de técnicas de audiologia clínica, o fonoaudiólogo pode identificar o tipo de perda auditiva e suas causas, promovendo intervenções eficazes para restaurar a capacidade auditiva e melhorar a qualidade de vida do paciente.

É importante que o profissional da audiologia tenha uma compreensão profunda dessas técnicas e saiba como aplicá-las de forma clínica, levando em consideração as necessidades e condições do paciente. A contínua atualização e o aprimoramento das técnicas audiológicas são fundamentais para garantir que todos os pacientes recebam o melhor cuidado possível.

Se você é um profissional da área ou está em formação, é essencial continuar explorando as diferentes técnicas de diagnóstico auditivo e aprimorar suas habilidades para transformar a vida daqueles que necessitam do seu cuidado especializado.


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