Como fazer o diagnóstico da Disfunção da Articulação Temporomandibular?





Durante as décadas de 70 e 80, a artrografia, introduzida por Norgaard, em 1940, era considerada o método de primeira escolha para a visualização dos deslocamentos de disco da ATM. A morfologia, o posicionamento e a função do disco articular eram visualizados, de forma indireta, em função da injeção de meio de contraste nos compartimentos articulares superior e/ou inferior. Após a injeção do contraste, imagens vídeo fluoroscópicas dinâmicas eram obtidas, com movimento de abertura e fechamento da boca. Apesar de válida na identificação de problemas como as perfurações de disco, a artrografia não é muito recomendada, atualmente, uma vez que é técnica invasiva que envolve dose de radiação ionizante relativamente alta e causa desconforto ao paciente.

O exame por ressonância magnética (RM), introduzido em meados dos anos 80, tornou-se o método de primeira escolha para o diagnóstico das anormalidades dos tecidos moles da ATM, devido à alta acurácia na determinação da posição do disco articular. É o único exame capaz de apresentar a imagem do disco articular, possibilitando, dessa forma, o diagnóstico dos seus deslocamentos. Possibilita, ainda, informações a respeito da condição óssea (cortical e medular), degenerações discais, quantidade de fluido sinovial e dos tecidos retrodiscais.

Método avançado e não-invasivo, a RM geralmente é bem tolerada pelo paciente e é de fácil execução, quando comparada à artrografia. Além disso, apresenta a grande vantagem de não expor o paciente à radiação ionizante, para a obtenção das imagens.

O diagnóstico de Disfunção da Articulação Temporomandibular é feito na maior parte das vezes pelo conjunto de dados clínicos, necessitando em raras ocasiões de apoio de testes diagnósticos ou exames de imagem.

As  Disfunção da Articulação Temporomandibular são comuns em mulheres jovens (24-40 anos), em indivíduos com história de bruxismo, trauma externo da mandíbula, ansiedade, estresse e outros distúrbios emocionais.
As  Disfunção da Articulação Temporomandibular usualmente cursam com os seguintes sinais e sintomas:

  • dor e desconforto na região da ATM;
  • crepitação na ATM;
  • cefaléia;
  • rigidez ou dor cervical;
  • dificuldade para abrir a boca sem despertar dor (mais incomum).

O uso de "testes diagnósticos" e exames de imagem devem ser reservados apenas para os casos mais severos, quando sintomas são crônicos ou na suspeita de outros diagnósticos: 

  • Bloqueio anestésico local (ramo auriculotemporal da terceira divisão do trigêmeo) pode auxiliar na identificação da origem da dor.
  • Radiogramas periapicais são feitos para excluir problemas dentários.
  • Ressonância nuclear magnética pode ser realizada para avaliação de dores importantes da ATM que não cessam com tratamentos convencionais.

Para a maioria dos pacientes com sinais e sintomas de  Disfunção da Articulação Temporomandibular , a melhora ocorrerá com ou sem tratamento (50% em um ano e 80% em até 3 anos).

Intervenções que alteram a anatomia da articulação, invadem a integridade do espaço articular ou manipulam a mandíbula têm o potencial de causar danos e não têm sido efetivos na melhora dos sintomas.

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Até a próxima!


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