A Psicologia e o Tabagismo





Cerca de 70% dos fumantes querem parar de fumar, mas poucos conseguem ter sucesso, sendo que a maior parte deles precisa de cinco a sete tentativas antes de deixar o cigarro definitivamente. A dependência à nicotina é uma desordem complexa e difícil de ser superada. A motivação para deixar o hábito é um dos fatores mais importantes na cessação do tabagismo e está inter-relacionada a uma gama de variáveis hereditárias, fisiológicas, ambientais e psicológicas.

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Além da motivação, o fumante terá que enfrentar alguns fatores que dificultam o processo. Dentre esses, a intensidade da síndrome de abstinência é uma das principais causas que contribui para a manutenção do vício. Os sintomas variam em intensidade entre as pessoas e iniciam-se, geralmente, dentro de algumas horas após a interrupção, aumentando nas primeiras 12 h e atingindo o auge no terceiro dia. O desconforto piora ao anoitecer, e as maiores queixas referem-se à compulsão aumentada, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, agitação, sensação de sonolência ou embotamento, bem como reações de hostilidade. Tais alterações podem ser observadas por 30 dias ou mais, mas os sintomas de compulsão podem durar por muitos meses ou anos.

Outro grande obstáculo é o grau de dependência nicotínica. Quando o fumante atinge seis ou mais pontos no teste de Fagerströn (grau de dependência elevado ou muito elevado), é considerado como fumante pesado. Os fumantes pesados geralmente fumam o primeiro cigarro antes de 30 min após acordar, têm a percepção de dificuldade de abandonar o vício, e pouca autoconfiança.

Dentre as diversas formas de abordagens para esses pacientes, destaca-se a necessidade do fortalecimento da motivação, sem a qual esses pacientes não conseguirão deixar de fumar. Muitos deles afirmam que estão querendo parar de fumar; porém, na verdade, esse desejo expresso verbalmente não traduz com fidelidade seus verdadeiros sentimentos em relação ao tabagismo, pois não estão devidamente motivados para tal ato.

De 7 a 19 segundos após ser inalada, através do cigarro, a nicotina atinge o cérebro e vai agir no Sistema Nervoso Central liberando várias substâncias conhecidas como neurotransmissores. Elas vão estimular todo um mecanismo neurológico que resulta na sensação de prazer, modificando assim o estado emocional e comportamental da pessoa.

Assim como acontece com outras drogas, sejam elas cocaína, heroína ou álcool, o indivíduo terá o seu comportamento alterado de forma "não natural" e sim em decorrência da ação de uma substância psicoativa.

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Conforme a pessoa repete este comportamento, ingerindo continuamente nicotina, o cérebro vai se adaptando a essa entrada de "estimulo ou prazer artificial". O corpo passa a exigir as doses com uma recorrência que vai se constituir de acordo com o organismo da pessoa (maior ou menor tolerância à substância) e todo uma gama  de simbolismos e significados vai se criando em torno deste hábito: fuma-se na alegria, na tristeza…  alguns momentos.  Fuma-se pela necessidade de reposição da nicotina e em outras fuma-se para alimentar a fantasia de conforto trazida pelo cigarro

Relembrando, nenhuma dependência química é só química. Trata-se de uma questão biopsicossocial. E assim, também no tabagismo encontraremos (como em outras adicções) fatores biológicos (a química), fatores, psicológicos (emocionais, afetivos) e fatores sociais (cultura, comportamento de grupos) que levam as pessoas a continuarem repetindo aquele hábito nocivo, ainda que já tenham alguma consciência dos prejuízos.

Seguindo nesta linha, o psicólogo é o profissional preparado para demandas de cunho "biopsicossocial", seja na condução de processos psicoterapêuticos ou ainda no encaminhamento para equipe multidisciplinar.

Na psicoterapia breve focada na cessação do tabagismo é possível conhecer todos os aspectos envolvidos no padrão de consumo individual para diagnóstico do nível de dependência (química e emocional), conhecer e discutir estratégias para o momento de cessação, acompanhar e discutir os primeiros dias sem fumar, além de construir estratégias para manutenção saudável da abstinência. E sempre que necessário, discutir o encaminhamento para especialistas que possam contribuir com o tratamento.

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