Treinar idosos com doença de Parkinson vai muito além de prescrever exercícios genéricos. A degeneração progressiva do sistema nervoso central altera o controle motor, a postura, a rigidez muscular e a capacidade de resposta ao ambiente. Profissionais que atuam com essa população precisam entender as alterações neurofuncionais específicas e trabalhar com estratégias que tenham como foco o que realmente importa: funcionalidade e autonomia.
O declínio da mobilidade é uma das principais queixas relatadas por pacientes e familiares. A lentidão dos movimentos (bradicinesia), combinada à rigidez e aos distúrbios posturais, impacta diretamente a locomoção, a independência e a confiança do idoso em ambientes abertos. O treinamento funcional, nesse cenário, deve atuar como ferramenta terapêutica para conservar ou recuperar padrões motores que estão sendo progressivamente comprometidos.
Treinos convencionais muitas vezes falham porque não respeitam a complexidade do quadro. A resposta motora no Parkinson é imprevisível. Em um dia o paciente caminha com fluidez, no outro apresenta bloqueio. Por isso, os exercícios precisam ser planejados com foco em três pilares: segurança, variação e funcionalidade. Cada repetição deve fazer sentido na vida real do idoso.
O trabalho de mobilidade precisa estar presente em todas as sessões. A rigidez muscular e a postura flexionada exigem intervenções específicas para cadeia posterior, torácica e cervical. O movimento de rotação de tronco, por exemplo, é um padrão frequentemente afetado e deve ser explorado em exercícios com dissociação de cinturas, transição de decúbitos e transferências posturais.
- Trabalhar mobilidade articular com foco em cervical, torácica e quadris
- Incluir deslocamentos em múltiplas direções, simulando marcha em ambientes reais
- Fortalecer glúteos, paravertebrais e membros inferiores para sustentar a marcha e postura
- Estimular equilíbrio dinâmico em tarefas que exijam atenção dividida (como andar e carregar objetos)
- Usar pistas visuais e auditivas para facilitar a execução dos movimentos, explorando o sistema sensorial intacto
- Respeitar o ritmo individual, sem imposição de cadência ou repetições desnecessárias
Um ponto crítico é que o treino precisa desafiar o cérebro. Parkinson é uma doença de movimento, mas a cognição também é afetada com o tempo. Inserir comandos, estímulos externos e pequenas tomadas de decisão durante o exercício amplia a resposta neural e estimula funções executivas, como atenção, memória e controle inibitório.
Outro erro comum é subestimar o potencial do paciente. Mesmo com tremores e instabilidade, idosos com Parkinson podem treinar com consistência e propósito, desde que as adaptações sejam bem feitas. A previsibilidade e a rotina ajudam na adesão, mas não devem ser confundidas com monotonia. O estímulo precisa ser real. Precisa ser funcional.
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